Descubra o lado bom da vida: saia da rotina e vença seus medos

Hoje não vou postar nada de minha autoria, vou colocar um texto do meu grande amigo Bruno Neuberger, que descobriu que existe vida fora da T.I. Um dia ainda vou ter a coragem de fazer o que ele fez, enfrentar todos os medos de peito aberto e fazer o que der na telha. Fiquem agora com o texto do cidadão. 

Pulei de Pára-quedas !!


Enfim encontrei a coragem. Apesar de sempre ter vontade de saltar, sempre tive um medo de “e se o pára-quedas não abrir?”. Outra coisa que fazia era esconder essa vontade e transformar isso em taxação. Quando alguém me dizia que ia saltar, eu o chamava de maluco! Insano!

Algumas coisas vêm acontecendo em minha vida. Muitas mudanças! Minha cabeça está um turbilhão! “Sou um móbile solto no furacão”.

Um dia acordei com vontade de enfrentar meus medos, meus temores. E assim o fiz a partir desse dia. Além de coisas pequenas e médias, a primeira grande coisa que fiz foi ligar para o instrutor de pára-quedismo e agendar um salto. Uma mistura de ansiedade, medo e cada vez mais coragem de enfrentar tudo isso de peito aberto.

Chegou o dia e ninguém foi comigo. Peguei o carro, coloquei um óculos escuro, boné, camisa de “saltadores” e fui. Durante o caminho fui berrando uma música do Schtum chamada Skydiver. Às vezes alternava para O Vencedor do Los hermanos.

Chegando ao aeroporto de Jacarepaguá conheci o instrutor e uma rapaziada que estava lá. A cada pára-quedas sendo dobrado, a cada saltador que saia, a cada avião que decolava, eu ficava mais ansioso. Minha hora de saltar demorou, pois o tempo não estava 100%, então tivemos que esperar o tempo abrir. E abriu. 

Veste macacão amarelo, veste equipamento e vamos. Eu não pensava em nada no caminho até a pista de decolagem. Só ficava me afirmando “é isso que quero! Eu vou! Eu posso!”. Uma caminhada até o avião, muitas imagens bonitas! Uma pena estar sem minha nova fiel 100% companheira e recém comprada, câmera fotográfica. Minha mais nova paixão!

Repassamos todas as instruções, posições para o salto e comportamento. Agora, já com o avião alinhado para sair e ir para a pista, esperamos autorização da torre. Assim que a torre autorizou entramos no Cessna. Só tinha lugar para o piloto sentar. Do lado do piloto foi o instrutor encostado no painel, eu na frente dele e na minha frente o câmera. E só! Nada mais cabia no avião! 
Estamos taxiando com a porta aberta e eu olhando para o chão, o barulho do motor, o vendo em meu rosto, o sol, o cheiro de mato misturado com o cheiro do combustível, que sensação ótima. Fecho os olhos por um momento para degustar isso. Me lambuzo com esse sabor doce. O barulho aumenta e podemos decolar. Fechamos a porta, cuja qual estava sentado bem ao lado.  

O avião decola, e por ser um avião pequeno, sinto cada tremida, cada força e esforço do avião. Já ao começar a subir começo a ver a cidade. “Que cidade linda!”, penso. O avião vai subindo mais e a cada centímetro para cima, vou me impressionando mais com a imensa beleza. A cada centímetro para cima, meu coração vai batendo mais forte e mais forte. Uma mistura de êxtase e medo. Mas a cada vez que o medo surgia, eu repetia para mim “Eu posso tudo que eu quiser! Eu posso isso!”, e ficava mais leve.

A certa altura o instrutor começa a conectar o equipamento. 3.000 m de altura. Sempre repetindo para mim “Estou aqui! Fica tranqüilo! Confia em mim! Olha como o equipamento está OK!”. Até que ele abre a porta. Olho para a minha esquerda aonde antes havia uma porta e vejo que ao meu lado não há chão por perto.

Nesse momento sinto um aperto nas entranhas e de novo o pensamento de medo me toma conta ao meio daquele barulho de vento absurdo! Repito para mim “Eu quero, eu posso e eu vou enfrentar esse medo!” e isso me dá coragem para prosseguir. Fico pendurado para fora do avião enquanto o instrutor se posiciona com o câmera.

No instante seguinte nos lançamos ao nada. Me joguei de peito aberto! Arrisquei saborosamente! A minha vida a 3.000m de altura sendo jogada de um avião! Que delícia! Minhas entranhas deram um nó! Meu espírito saiu do meu corpo! Demos uma “cambalhota para trás” até estabilizarmos em queda livre. Meu espírito voltou. Nesse momento começo a pensar na minha liberdade, pois naquele momento eu era o homem mais livre do mundo! Eu era o homem mais livre do mundo para sempre! Bastava eu querer! Quando percebi, em fração de segundos, que a vida é maior do que isso que tenho remoído, que a vida é mais bela que tudo isso, que é maior e mais pura, comecei a gritar, a curtir o momento! Eu sou livre! 
E quebrei mais uma barreira do medo! Derrubei mais um mito em plena queda livre a mais de 200 km/h! Eu tenho coragem!

Foi a melhor sensação da minha vida! O vento, o cheiro, a temperatura, o sol, o gosto o céu, das nuvens! Que sabor maravilhoso! Fecho meus olhos e sinto o prazer me tomar conta! Volto a abrir os olhos e a agradecer por aquilo! A ME agradecer! Continuo a queda livre, gozando desse prazer!

O pára-quedas abre e nem foi um tranco como temia! Meu saco não foi esmagado! UFA! Assim que o pára-quedas abre, para desenrolar a corda, sei lá, ele dá uma volta e me deixa de frente para o mar. Nesse momento o silêncio, a paz e a serenidade tomam conta do todo. Penso comigo como a cidade é linda, como a vida é breve, como temos que viver intensamente e amar, ser amados por todos, como tudo é belo.

Então o instrutor fala algo para mim e eu respondo “Bicho. Obrigado, irmão! Isso aqui é uma das paradas mais fodas que já fiz na minha vida! Isso aqui é lindo! Essa cidade é linda! Nunca me imaginei fazendo isso! Obrigado!!!”. Voltei para o meu momento “zen” e curti o visual, as ondas no mar, o mar, a imensidão do mar, as montanhas em volta, o colosso que é essa cidade. Um visual fantástico! 
Indescritível! Olhar para baixo e sentir e ver teus pés balançando sem nada em baixo é engraçado e gostoso! Você pode pedalar as nuvens.
Pego os comandos do pára-quedas e vou para onde quiser. Vou para direita, vou para a esquerda. Vou para onde o vento soprar! Isso sim é vida! Que liberdade. O sabor da liberdade é fantástico! A vida é liberdade! Vou viver e sentir essa liberdade! E o vento sopra e me leva. Let it be!

Hora de pousar. Levanta a perna, segura e vamos que vamos. Caímos sentados e eu só agradecia a mim, a Deus e ao instrutor por tudo aquilo. O salto acabou, mas o sabor ficou tatuado em mim! Vou repetir sim! Um dia. Hoje não... Ainda estou vivendo a melhor coisa que me aconteceu. 

Mais fotos:




Vídeo: 




Comentários:

1 - O título que ele me enviou originalmente era: "Quando a lagarta se transforma em borboleta", mas achei muito gay, então mudei para esse ai.
2 - Pensei que ele ia beijar o instrutor.

Achei legal o texto dele, ele resumiu o que muitos estão sentindo nesse momento. Se sentindo presos, amarrados. E se nós não derrotarmos as barreiras que nós mesmos colocamos, não é possível chegarmos em lugar nenhum. É melhor se arrepender por coisas que fizemos do que se arrepender de coisas que NÃO fizemos.

Comentários

B. disse…
Ainda esses dias um amigo narrou pra mim como foi o salto dele....morri de vontade, um dia ainda vou saltar :D
Valeu o texto!
Sempre bom enfrentar nossas inseguranças, nossos medos!

Abraços,
O Bruno é um cara maneiro! E vascaíno como ele só...nada como um salto para sentir a sensação da queda...de cair.... he he he he
Agora.. o esquisito foi essa emoção das..entranhas ???
Bem... realmente foi uma atitude corajosa... mas quero ver mesmo é vc dar uma circulada com carteira e relógio no meio da torcida flamenguista e sair ileso ! kkkkk
Parabéns !
Anônimo disse…
Cara, acho que entendo o Bruno perfeitamente. Eu tinha tomado a mesma decisão pra este ano mas tive que adiar por motivos de força maior hehehehehe Romper certas barreiras são fundamentais em certos momentos de nossas vidas. Parabéns, garoto!
Anônimo disse…
Como assim existe vida fora do TI?
Bruno disse…
Julio, não te agradeci. Obrigado pela força, sempre! E por ter colocad o texto aqui.

Abraços!

Bruno Neuberger Leda