Autor da GPL diz que Google tem dever moral de revelar códigos

Proeminente advogado do software livre, Eben Moglen, diz que licença não obriga empresa a ceder códigos, mas bom senso sim.

Companhias como o Google, que estruturam seus negócios em softwares como o Linux, têm o dever moral de contribuir com a comunidade de software livre, disse um proeminente advogado do software livre na quinta-feira (23/05).

Eben Moglen, professor da Universidade de Columbia e presidente da Software Freedom Law Center, acrescentou ainda que esta seria uma boa atitude, já que as licenças não vão exigir que isso seja feito em curto prazo.

Moglen está dando os retoques finais no que será a próxima versão de licença de software adotada pelos desenvolvedores do kernel do Linux, a GNU General Public License (GPL) Versão 3.

Os softwares licenciados pela GPL podem ser livremente copiados e modificados, mas qualquer que o utilize deve publicar as modificações sob a mesma licença. Isso significa que empresas como a Red Hat e a Novell são obrigadas a devolver seus códigos em Linux à comunidade.

Mas o mesmo não vale para empresas como Google e Yahoo, considerados dois dos maiores usuários de Linux no planeta. Embora seus softwares baseados em web sejam usados por milhões de pessoas, essas companhias são provedoras de serviços e não distribuidoras de software. Portanto qualquer alteração que façam no Linux permanece privada.

A organização responsável pela GPL, a Free Software Foundation (FSF), dialogou com a idéia de acrescentar cláusulas que fariam com que os provedores de serviço devolver suas mudanças à comunidade, mas abandonou a proposta.

Em uma apresentação na terça-feira (22/05), Moglen disse que a pressão da comunidade - e não licenças de software - poderia levar a contribuições recorrentes do Google a projetos em GPL.

O Google já contribui para muitos projetos de código aberto, incluindo o Linux, mas observadores dizem que ele poderia fazer mais. Mas segundo Moglen não há planos de forçar um modelo de contribuição pela GPL.

Eles têm responsabilidades éticas e morais de retornar pelo menos as modificações que são críticas ao seu negócio e que têm valor à comunidade”, defendeu ele. “Veremos com o tempo se serão necessárias medidas adicionais para garantir colaboração na comunidade”.

O Google ampliou seus esforços em software livre nos últimos dois meses, segundo Chris DiBona, gerente de programas de código aberto do Google, por e-mail. Recentemente o Google e a FSF fecharam um acordo de contribuição que permite à empresa colaborar mais em projetos como o GNU C Compiler e fazer correções para o Emacs e outras ferramentas para Linux.

Fonte: IDGNow

Na minha opinião a versão 3 da GPL vai dar muita dor de cabeça para muita gente ainda. Não acho certo uma empresa que desenvolve um certo aplicativo em "linux" ser "obrigada" a abrir o código para todos. Existe uma coisa chamada "propriedade intelectual" e isso ninguem pode tirar do desenvolvedor. Dependendo de como vai ficar a versão nova, é bem provavél que muitos desenvolvedores e empresas não irão adotar a nova versão, permanecendo com a GPL 2.

Ficaremos de olho

Comentários

Anderson Kaiser disse…
Até o próprio Linus disse não concordar com a nova licença GPL 3. E disse que continuaria desenvolvendo seu Kernel baseado na GPL 2.